– por Bárbara Almeida
Sim, o assunto “vacinação” está em alta, presente em manchetes, notícias, conversas e stories. Mas, muito antes de sequer imaginar viver uma pandemia, a AEB iniciou um movimento de conscientização de outro problema tão sério quanto: o abuso e maus-tratos a crianças e adolescentes.
A vacinação simbólica começou em 2014, através do gerente e dos jovens do então Centro de Juventude, como uma maneira de chamar atenção ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, provocando o comprometimento da população com a causa.
Desde então, a equipe do CEDESP e do Telecentro realiza a campanha de vacinação anualmente, sempre no dia 18 de maio. Neste ano, apesar do espaço não estar tão cheio como de costume, todos os usuários que estavam ali para as atividades presenciais receberam uma carteira de vacinação e o adesivo #tôvacinado como um lembrete do compromisso de lutar pelas crianças e adolescentes em caso de violação de direitos.
Ano passado o registro de denúncias chegou a ter um decréscimo de 12%, mas de forma alguma devemos celebrar. Segundo os especialistas, o convívio social das crianças e adolescentes ter sido restrito às suas próprias famílias, não só dificultou a identificação e revelação dos casos como também provavelmente aumentou a situação de risco, uma vez que muitos dos abusadores são do círculo mais próximo a eles.
Por isso, essa atividade de vacinação simbólica é uma maneira quase lúdica de apontar uma realidade tão cruel quase nunca discutida em contexto familiar ou informal. Geralmente, o debate é feito apenas quando acontecem eventos que chamam atenção da mídia, como infelizmente tivemos neste ano. Mas a verdade é que “o silêncio é um silêncio que protege o violador, não a criança” (IULIA, 2021).
Comprometa-se você também. Fique atento à fala e ao comportamento das crianças e adolescentes, e em caso de identificar sinais de violação de direitos, você pode realizar uma denúncia através do serviço Disque100.