Por Rev. Valdinei Ferreira
Pastor Titular da Primeira IPI de São Paulo
Temos a alegria de receber, no culto matutino deste domingo, 16 de setembro, funcionários, diretores, voluntários e apoiadores, bem como alunos do projeto Criar&Tocar da Associação Evangélica Beneficente. O motivo da presença é dar graças a Deus pelo 90º aniversário da AEB.
No dia 9 de setembro de 1928 foi realizada a Assembleia de constituição da AEB e no dia 12 de setembro de 1928, na Praça da República, nº 15, houve a primeira reunião da diretoria. Os dois atos constitutivos estavam concretizando um sonho. Que sonho era esse? De quem era esse sonho? A Vila Samaritana, estabelecida em São José dos Campos (SP), foi a materialização desse sonho. Sua missão era abrigar e tratar, com os recursos da medicina da época e com o amor cristão, pessoas acometidas pela tuberculose. Othoniel Motta era o responsável pelo sonho. Mas como ninguém realiza nada sozinho, ao comunicar seu desejo descobriu que havia homens e mulheres que partilhavam do mesmo anseio e a ele se uniram prontamente para transformar o sonho numa instituição que seria batizada como Associação Evangélica Beneficente.
A pequenina semente cresceu e a AEB tornou-se árvore frondosa. Foi pioneira no desenvolvimento do chamado Terceiro Setor em nosso país. Sob a liderança, por mais de três décadas, do Dr. Lauro Monteiro da Cruz, as atividades assistenciais da AEB ampliaram-se significativamente e rapidamente tornou-se referência no campo social e cristão de entidade comprometida com a promoção do bem-estar da população carente.
Entretanto, há uma mensagem presente na criação e na ampliação da AEB para a qual nem sempre as igrejas evangélicas atentam. Além do bem praticado para a população atendida pelos programas e projetos, devemos prestar especial atenção à mensagem de cooperação entre as igrejas evangélicas emitida pela história e pela atuação quase centenária da instituição. As primeiras gerações que lideraram a AEB também criaram a Confederação Evangélica do Brasil (CEB), órgão que atuou a partir da cooperação entre as denominações evangélicas de maneira profética em âmbito nacional. Esteve sempre presente na AEB o sonho de agregar a força das igrejas evangélicas para a promoção do cuidado ao próximo. Nos tempos atuais, diante da complexidade e do elevado grau de regulamentação das atividades da área social, o conhecimento e o reconhecimento acumulados pela AEB ao longo dessas nove décadas e seu espírito aglutinador são preciosos para as igrejas que querem ajudar o próximo de modo concreto.
Registramos, nesta ocasião de gratidão, o reconhecimento pela dedicação de nosso estimado irmão Paulo Soares Cintra, incansável líder servidor da AEB. Tendo exercido com brilhantismo mandato de vereador e presidente da Câmara Municipal de São Paulo, ingressou na diretoria da AEB no ano de 1965 e, desde então, levou adiante os ideais dessa nobre instituição. As pessoas precisam de instituições para que as causas nobres pelas quais lutam passem às gerações seguintes e as instituições precisam das pessoas para que tenham sempre o sopro de vida e renovação. Por meio dos três nomes mencionados acima prestamos nossa homenagem aos milhares de bons samaritanos, que, ao longo desses 90 anos, têm mantido vivo o sonho de 1928.
Parabéns AEB!